o apelido do futevôlei
- Carol Del Lama
- 25 de fev.
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de mar.
Por Pedro Arêas

O carioca é conhecido por gostar de apelidar tudo e todos ao seu redor - está no sangue, assim como a praia e o samba. Segundo um antigo dicionário, apelido é um nome que identifica uma pessoa, um lugar ou um objeto de maneira informal. Informalidade. Rio de Janeiro.
Num belo e quente dia comum em Copacabana, cansados de tentar juntar dez, quinze amigos para jogar futebol, quatro gênios invadiram uma quadra de vôlei e começaram a jogar com fundamentos do futebol. Um jogo estranho, árduo.
— Não pode botar as mãos na bola?
— Não! Inclusive, só elas são proibidas. O resto pode.
— Mas aqui é uma quadra de vôlei.
— Pois é. Era.
— Que jogo é esse?
— Futevôlei, mermão.
Junção do futebol com vôlei. O carioca não tem mais o que inventar. Apelidaram um esporte novo. E, depois, virou nome. Assim como vários apelidos de amigos seus viraram nomes.
Com o passar dos anos, dentro da sua prática, veio a criativa sequência de apelidos que os cariocas tanto amam. Na verdade, criaram um dicionário próprio—aquela maneira carioca de brincar com as dificuldades.
Por exemplo:
• Cabeça de triângulo – Quando o jogador vai de cabeça na bola, e ela sai na direção oposta ao objetivo: Cone.
• Pé de alface – Quando o jogador vai com o pé mole na bola, e ela cai no chão: Gelatina.
• Peito de almofada – Quando o jogador tenta dar uma peitada, mas a bola não descola do corpo: Super Bonder.
• Curupira – Quando o jogador tenta fazer a chapa e o pé entra torto, mandando a bola para trás: Folclore.
• Calça jeans molhada – Quando o jogador não chega em uma bola que cai cinco centímetros à sua frente: Tartaruga.
• Tiroteio na Rocinha – Quando o jogador não mede a força e solta um tiro no parceiro ao tentar um passe: Zagueiro.
E por aí vai…
Em Floripa, a primeira escola de futevôlei foi iniciada por uma parceria inusitada: um carioca e um portenho, em um pico mágico—o Point do Riozinho, de frente para a Ilha do Campeche, em 2013.
Já pensou? Haja apelidos.
O Centro de Treinamento do Riozinho segue firme e forte até hoje, apelidando e ensinando muita gente do bem a praticar esse complexo esporte.
Tá bom, o texto aqui cita um monte de apelidos, mas e o próprio futevôlei, tem mais algum?
Claro, mermão: o Everest ou a Pipeline dos esportes com bola. Porque aprender é difícil. Mas quando se aprende, é tão prazeroso quanto atingir um cume ou a crista da melhor onda.
É fazer história.
Como dizia o genial carioca Zé Keti:
“Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé.”
Bom, basta gostar um pouco de samba. Porque o resto, a gente conserta aqui no @ct.riozinho. Ou ao menos, tenta.
E você? Já tem um apelido?