Nouvella
- Carol Del Lama
- 24 de fev.
- 4 min de leitura
Atualizado: 14 de mar.
A banda Nouvella é formada por Yasmin no vocal, Gabriel na guitarra, Jenks no baixo e Luna na bateria. Desde 2019, vem sacudindo a cena do rock e conquistando uma legião de fãs por Floripa e pelo Brasil afora.

De onde vem esse gingado?
Yasmin: Bom, eu diria que, para ter gingado, é preciso ter som. E, para ter som, é necessário haver um encontro. Acredito muito que a possibilidade do encontro dessas quatro pessoas que formam a banda — eu, o Gabriel, a Luna e o Jenks — é o que nos permite explorar o que cada um traz: sua paixão pela música, suas referências e essa troca constante entre nós, que nasce da nossa vivência e história com a arte.
Acho que o gingado é algo muito mais subjetivo, que vem de dentro para fora, sabe? A troca que temos como banda é incrível, porque é ela que resulta no nosso som e, consequentemente, no nosso show. Esse gingado só existe porque somos nós quatro juntos, e é esse encontro que faz a magia acontecer.
Seja quando subimos no palco, entramos em uma sala de ensaio ou gravamos um EP, uma música ou um álbum, tudo nasce dessa troca. Cada um contribui com suas paixões, histórias, referências e gostos.
Um show memorável?
Y: Com certeza, acho que, de forma unânime, o Psicodália foi uma experiência muito emocionante. Participar desse projeto utópico e maravilhoso, que existe há tantos anos, é algo único.
É uma verdadeira forma de resistência cultural em um lugar tão adverso para isso, como Santa Catarina, né? Inclusive, existem muitas problemáticas relacionadas a esse desafio de manter a cabeça erguida e afirmar: “Não, a gente quer fazer arte, quer fazer música.”
O festival é um projeto tão lindo e verdadeiro que nos proporcionou uma vivência intensa. Estivemos lá desde o primeiro dia: montamos nossas barracas e vivemos cada momento. Tocamos no último dia de shows, o que tornou tudo ainda mais especial. Durante o festival, assistimos a diversas bandas e compartilhamos essa experiência com todas aquelas pessoas que estavam ali por um objetivo comum: viver a música, a arte e a natureza.
Quando subimos ao palco, sentimos que aquele show era o ápice de tudo o que vivemos. O Psicodália ficou marcado na nossa história e na de quem esteve lá. Foi um show lindo, lotado de gente, uma verdadeira epifania.
A gente deseja muito poder voltar ao palco do Psicodália!

De Floripa para o mundo ou do mundo para Floripa?
Y: Olha, eu gosto muito dessa pergunta, porque acho que ela tem um duplo sentido, sabe?
Com certeza, no que diz respeito ao nosso trabalho, queremos alcançar novos espaços, atravessar fronteiras e chegar a lugares inimagináveis. Se existe algo positivo no mundo digital e na globalização, é justamente essa possibilidade. É incrível saber que nosso som já chegou a outros continentes, e isso é muito gratificante.
Afinal, qual banda não sonha em atravessar todas as barreiras físicas e espalhar sua música pelo mundo?
Mas, por outro lado, quando penso no movimento do mundo para Floripa, me vem à mente a importância das referências — nacionais e internacionais. Acho que isso é o que constrói o nosso som. Durante o processo criativo, quando estamos compondo, ensaiando ou planejando uma performance, percebemos como essas influências fazem parte de tudo.
E Floripa, por sua vez, tem muitos artistas incríveis hoje. É maravilhoso fazer parte de um meio cultural e artístico que está em plena efervescência aqui. Nunca podemos esquecer que Floripa foi o nosso berço e sempre será. Desde o primeiro show, fomos muito bem recebidos por quem nos ouve, e isso tem um valor imensurável.
Mesmo que, um dia, a gente alcance o mundo, Floripa será sempre um pedacinho de terra guardado no nosso coração.

Uma história inesquecível?
Y: Bom, vou compartilhar um recorde pessoal, já que sou eu quem está respondendo.
Para mim, sem dúvida, um momento inesquecível foi quando recebemos uma mensagem no direct do Instagram do Marcelo, produtor e curador do Lollapalooza, perguntando se tínhamos planos para 2024.
Isso aconteceu no final de 2023, e foi de cair no chão – literalmente!
Na hora, a gente pensou: “Será que é verdade? Será que é golpe?” Foi um momento muito marcante. Eu lembro que estava com o Gabriel quando abri a mensagem. Lá estava escrito algo como:
“Oi, tudo bem? Lollapalooza. Proposta para 2024.”
A partir daí, começamos a gritar e pular, sem acreditar que aquilo era real. Era aquela sensação de “me belisca! Será que é verdade mesmo?”
E não deu outra. Em março de 2024, lá estávamos nós!
Esse show foi, sem dúvida, um dos mais inesquecíveis da nossa trajetória. Mas o mais impressionante foi a forma como tudo aconteceu: muito direta, sem rodeios. O Marcelo simplesmente apareceu no nosso direct com: “Oi, tudo bem? Eu sou o fulano do Lollapalooza. Vocês têm planos para 2024?”
Acho que essa foi uma conquista gigante e uma história inesquecível, porque, de alguma forma, ele chegou até a gente de maneira muito orgânica. Isso também comprova que nosso som realmente toca as pessoas de alguma forma.



