top of page

cura e autocura

  • larissashanti
  • 25 de jun.
  • 2 min de leitura

A vantagem de colaborar

por: Carolina Young

Parece haver um grande preconceito em torno da palavra “cura”, provavelmente por sua associação direta com o termo “curandeiro” — tradicionalmente ligado à figura que, entre povos nativos e tradicionais, desempenha um papel equivalente ao de médico (embora também possa incluir funções de psicólogo e sacerdote). Nesse contexto, o curandeiro, pajé (em tupi) ou xamã (do siberiano saman), compreende a enfermidade como um desequilíbrio que vai além do corpo físico.


ree

A separação entre medicina, psicologia e espiritualidade é um fenômeno recente na história de algumas sociedades. Nas tradições ancestrais, esses campos sempre estiveram entrelaçados. O curador exerce um papel amplo, combinando seu conhecimento sobre os recursos da natureza com práticas ritualísticas e espirituais. Sua missão não é apenas tratar sintomas, mas restaurar a harmonia entre indivíduo, comunidade, natureza e cosmos. A enfermidade é vista como um sinal de fragmentação; e a cura, como um caminho de reconexão com a totalidade do Ser.


Com o predomínio do pensamento científico e da biomedicina, surgiu uma visão reducionista da saúde. Embora esse modelo tenha proporcionado avanços importantíssimos, o indivíduo tornou-se, muitas vezes, passivo diante da autoridade médica. Diagnósticos passaram a ser vividos como sentenças, em vez de oportunidades de transformação. Contraditoriamente, pesquisas dentro da área de psiconeuroimunologia e neurociência demonstram que o estado emocional, a saúde mental e a espiritualidade influenciam diretamente o sistema imunológico, o processo de recuperação e até a resistência à doenças. 


Nesse cenário, é essencial reconhecer o potencial humano de autocura. Não como um ato de negligência ou oposição à medicina, mas como uma ampliação da responsabilidade individual. A autocura é a participação pessoal, colaborativa e consciente nos processos de recuperação à saúde, durante qualquer tratamento.

Ao cultivar hábitos saudáveis, escuta interior, equilíbrio emocional e conexão espiritual, o indivíduo fortalece sua capacidade de regeneração. Essa postura honra tanto a ciência quanto a dimensão subjetiva da cura.

Mais do que um recurso acessado apenas em momentos de doença, a autocura pode, e deve, ser vista como um caminho contínuo de cuidado consigo mesmo. Esse processo envolve escolhas diárias que não apenas promovem a recuperação, mas, principalmente, a prevenção e a manutenção do bem-estar integral — físico, emocional, mental e espiritual. Buscar uma alimentação verdadeiramente saudável, praticar atividades físicas regulares, meditar, cultivar o silêncio interior, reservar tempo para atividades criativas e de lazer, desenvolver a inteligência emocional e buscar uma vida com significado são formas de nutrir, integrar e amar corpo, mente e alma.


Assim, a autocura se torna parte de um estilo de vida em que nos responsabilizamos, com amor e atenção, pela qualidade da nossa própria existência.


Então, que tal dar uma pausa e se perguntar, com o coração aberto e límpido: será que estou cuidando de mim da forma que realmente mereço? O que mais posso fazer, com determinação, coragem, compreensão e amor por esta vida que me foi confiada, e que é só minha?



@carolina.young
@carolina.young

Carolina Young ama a Vida! Tem formação multidisciplinar. Atua há 40 anos nas áreas de Qualidade de Vida e Espiritualidade, guiando pessoas em seus “Caminhos de Autocura”. É terapeuta, instrutora de Meditação e Tai Chi e palestrante. Tem 5 filhos e 9 netos.

bottom of page