altus peixinho
- Carol Del Lama
- 20 de fev.
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de mar.
“Em 29 de janeiro de 2024, um domingo, começamos uma das semanas de pescaria mais épicas que já vivemos em Floripa. Sem horário de verão, o sol nascia antes das 6h. Acordamos às 2h30 da manhã para chegar à Ilha dos Moleques do Sul antes do amanhecer. A ilha, localizada 17 milhas náuticas da Barra da Lagoa, nos recebeu com águas cristalinas e uma abundante vida marinha. Já nos primeiros arremessos, o Pepe fisgou um enorme Olhete no popper, um sinal de que o dia seria promissor. Sardinhas e grandes predadores estavam por toda parte. Não demoramos para arrumar o equipamento e cair na água.

A Ilha dos Moleques é formada por
ilhas menores e parcéis submersos, um habitat perfeito para grandes peixes. O primeiro ponto escolhido foi o Parcel Norte, com o cabeço mais raso a 19 metros de profundidade.
As condições estavam perfeitas: 30 metros de visibilidade, Olhetes menores por todos os lados e gigantes rondando o cabeço. Como era o início do dia, ainda estávamos aquecendo para mergulhar mais fundo, mas a cena já impressionava.
O dia foi inesquecível, com cardumes de Caranhas gigantes, algumas com mais de 40 kg, além de Olhos de Boi, Olhetões e outros grandes peixes. Foram sete horas dentro d’água até retornarmos à Barra da Lagoa às 16h30, exaustos, mas realizados. E o melhor: com peixe fresco garantido para os próximos dias!”
Gyotaku: A Arte de Registrar Peixes

O gyotaku é uma arte tradicional japonesa que surgiu no século XIX como uma maneira de registrar capturas de peixes. O nome vem da junção dos termos japoneses “gyo” (peixe) e “taku” (esfregar), refletindo o processo de impressão direta sobre papel.
A técnica foi desenvolvida por pescadores como uma forma de documentar o tamanho e a espécie dos peixes antes da invenção da fotografia. Com o tempo, o gyotaku deixou de ser apenas um registro e se tornou uma expressão artística, valorizada tanto no Japão quanto ao redor do mundo.
Para criar uma impressão gyotaku, os pescadores aplicavam tinta sumi, feita de carvão e água, diretamente sobre o peixe e pressionavam um papel de arroz sobre ele. O resultado era uma reprodução detalhada da captura. Após a impressão, o peixe costumava ser preparado e consumido, mantendo a tradição de respeito aos recursos naturais.
Hoje, essa arte segue viva, mesclando tradição e estética em obras que eternizam a relação entre o homem e o mar.
MENINOS-PEIXE
Os irmãos Felipe, Pedro e Lucas Sucar dividem seu tempo entre a pesca, o surfe e a produção de gyotaku.
Seus trabalhos, assim como as peças de roupa da marca Aukai Gyotaku, podem ser encontrados no instagram @aukai_gyotaku.

Na edição OUTONO 2025 do jornal OFFLINE você encontra a reprodução de um Gyotaku original de um Dourado-do-Mar, capturado na Ilha do Xavier, em Floripa, em março de 2021, e eternizado através dessa técnica milenar japonesa para ser enquadrado e apreciar essa arte colecionável.
Quer a sua? Veja AQUI onde encontrar o jornal OFFLINE.
Fotos: @luaacarvallho



