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além da Oktoberfest

  • larissashanti
  • 21 de set.
  • 4 min de leitura

o que faz de Blumenau um destino único

Já dá pra sentir o aroma de cerveja atravessando o Vale Catarinense e chegando à Ilha? É sinal de que a Oktoberfest está batendo à porta.


Em pleno início de primavera, Blumenau se prepara para celebrar sua festa mais famosa: o encontro entre tradição, música, alegria e, claro, muito chope. Segunda maior Oktoberfest do mundo, ficando atrás apenas da edição de Munique, a festa é considerada patrimônio cultural do Brasil e transformou-se em um símbolo da cidade.


Por isso, nós aqui do OFFLINE não poderíamos deixar de trazer, para esta edição, um pouco mais sobre o evento e, claro, sobre este município que impressiona a todos os seus visitantes. Então, enquanto folheia esta edição, aproveite para imaginar um “xiluquinho” de cerveja artesanal acompanhado de um pão com chimia (clássico blumenauense que mistura geleia, nata ou linguiça sobre o pão) em um café da tarde que se estende por horas, como um bom café blumenauense. É nesse clima, entre sabores, festas e tradições culturais, que convidamos você a explorar as dicas do OFFLINE sobre Blumenau.


Blumenau carrega muitas histórias, algumas documentadas, outras que se espalham como lendas urbanas. Entre elas, os famosos túneis subterrâneos, supostamente criados como rotas de fuga durante a colonização alemã. Verdade ou mito, esses relatos alimentam a aura misteriosa da cidade, que também abriga personagens marcantes como Edith Gaertner, atriz e amante dos gatos, cujo jardim transformado em cemitério de felinos segue até hoje despertando a curiosidade dos turistas.


Foto: Pedro Lucas
Foto: Pedro Lucas

Em 2015, durante a reparação do sistema de esgoto na Rua Pres. John Kennedy, em Blumenau, foi descoberto um pequeno túnel, alegado ser apenas uma galeria de escoamento de água. A população, que já tinha a crença da existência de túneis subterrâneos de rota de fuga para a população colonialista alemã, debate que não foram feitas pesquisas suficientes para verificar a veracidade da lenda urbana.


É justamente essa mistura entre antigo e novo, entre a tradição e a modernidade, que transforma Blumenau em um destino encantador para todos os perfis de visitantes. Para quem deseja mergulhar na história e na cultura local, fica o convite para explorar bairros como a Vila Itoupava e a Vila Germânica (palco da Oktoberfest), onde as casas de tijolos e as fachadas em enxaimel exibem, com orgulho, a arquitetura típica alemã.


Foto: Offleko
Foto: Offleko

Em alguns bairros mais tradicionais, ainda é possível ver senhorinhas observando o movimento das ruas pelas janelas, ou disputando uma partida de canastra, enquanto saboreiam café da tarde. Na Panifício e Confeitaria Benkendorf ou na Panificadora e Confeitaria da Nice (famosa por formar filas com sua cuca quentinha), o tempo parece se alongar, entre cartas baixadas à mesa.


E, se você tem um espírito explorador, pode se aventurar em conversas com os moradores locais. À primeira vista, eles parecem reservados, mas guardam histórias preciosas de gerações que ajudaram a moldar a cidade. No entanto, deixe seus ouvidos prontos, pois, para várias famílias da região, o alemão permanece vivo e, muitas vezes, palavras se misturam entre línguas.


Foto: Offleko
Foto: Offleko

Já quem prefere vivenciar a atmosfera contemporânea, encontrará em ruas como a Curt Hering um ar cosmopolita. É nesse cenário que se pode provar o célebre Rollmops, uma iguaria alemã, apelidada de “sushi alemão”, feita com sardinha enrolada em cebola e conservada em vinagre. Tão típico, o prato ganhou espaço na Oktoberfest nos últimos anos com carrinhos de Rollmops, para alegrar ou desafiar, o paladar da galera.


Para encerrar a viagem com chave de ouro, antes do tão aguardado chope da Oktoberfest, o Parque São Francisco de Assis oferece um refúgio silencioso em meio à natureza. Ali, pássaros compõem a trilha sonora do passeio e, com sorte, é possível avistar, até, tamanduás. Já para quem prefere apenas descansar depois das caminhadas pela cidade, a Prainha é o cenário perfeito: as margens do rio convidam a contemplar o horizonte e a revisitar, em silêncio, as lendas que ecoam pelas ruas de Blumenau.


A OKTOBERFEST


Foto: Offleko
Foto: Offleko

Entre 8 e 26 de outubro de 2025, Blumenau volta a viver sua festa mais emblemática: a Oktoberfest. Mais do que uma simples celebração, o evento nasceu como resposta à enchente de 1984, quando a população encontrou na música, no chope e na cultura germânica uma forma de se reerguer. O sucesso foi tamanho que, quatro décadas depois, a Oktober se consolidou como a maior festa do gênero nas Américas e a segunda maior do mundo.


Trajes típicos, desfiles, grupos de tiro, danças folclóricas, culinária e uma infinidade de atrações compõem a programação, que ocupa dias e noites inteiros. Para os grandes apaixonados pela festa,

vestir o traje típico já virou tradição, e manter o copo sempre cheio é quase uma regra.


Mas a verdade é que a Oktoberfest não é, necessariamente, o evento mais aguardado pelos moradores. Por carregar uma imagem muito ligada à “Alemanha de fora”, ela nem sempre traduz tudo o que a cidade tem de mais autêntico. Por isso, os olhos locais também brilham em março, quando acontece o Festival Brasileiro da Cerveja. Voltado aos pequenos produtores e às longas fermentações, o Festival convida a um tipo diferente de celebração: mais calma, silenciosa e profundamente conectada à cultura cervejeira da região.


Isso, claro, não diminui a paixão pela Oktoberfest, afinal, em Blumenau, toda desculpa é boa para levantar o copo e brindar. 




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Essa matéria foi escrita em parceria com o cineasta Marcos Francisco Nascimento Silva, 36 anos, que atua na cidade há mais de 15 anos e é um grande entusiasta da cultura, da arte e dos festivais locais. Para acompanhar seu trabalho, siga-o no Instagram: @chico.lambretta.




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