tecnologia e dados para o bem
- larissashanti
- 21 de set.
- 3 min de leitura
Em um tempo em que a tecnologia se infiltra em quase todos os aspectos da vida, é comum nos sentirmos engolidos por algoritmos, notificações e decisões automatizadas. Muitas vezes, parece que a máquina está nos programando, e não o contrário. Mas e se fosse possível usar esses mesmos dados e ferramentas digitais para regenerar, em vez de controlar? Inspirar, em vez de explorar? Conectar, ao invés de dividir?
Foi dessa inquietação que nasceu o Social Good Brasil: uma organização da sociedade civil que atua, há mais de uma década, em prol de tornar a tecnologia e os dados aliados à sociedade.

Conversamos com Silvia Luz, Diretora Executiva do SGB, para entender melhor como esse trabalho acontece. Segundo ela, a missão da organização é clara: sensibilizar, formar e mobilizar. Tudo isso com o propósito de fazer da tecnologia um instrumento de transformação, não de alienação.

Uma das frentes mais importantes é a sensibilização social. “Trabalhamos com objetivo de ampliar o entendimento popular sobre os riscos e as possibilidades do uso de tecnologias e dados. A ideia é que eles sejam usados para resolver desafios e não para criar novos”, explica.
Esses riscos estão cada vez mais presentes: algoritmos que reforçam preconceitos; redes sociais que alimentam vícios de atenção, ansiedade e depressão; ferramentas de vigilância que ameaçam liberdades civis... Mas também há caminhos possíveis e potentes: dados que ajudam a mapear desigualdades, plataformas que conectam comunidades a políticas públicas, soluções digitais criadas a partir de necessidades reais.
É justamente para fomentar essa consciência crítica e criativa, que o SGB realiza o Festival Social Good Brasil, seu maior projeto e principal ferramenta de mobilização. Mais do que um evento, o Festival é uma experiência coletiva que transforma conhecimento em presença e presença em ação.

Em 2025, o Festival chega à sua 14a edição, é gratuito e acontece logo após o lançamento dessa edição do Jornal OFFLINE, nos dias 24, 25 e 26 de setembro, em Florianópolis. Durante esses três dias, a cidade se torna palco de oficinas, rodas de conversa, vivências e intervenções artísticas que exploram o uso ético da tecnologia e o poder dos dados para gerar impacto social.
“Em todos esses anos de realização, o Festival SGB segue reunindo relatos transformadores vindos de milhares de pessoas”, afirma Silvia.
“Minha visão sobre impacto, e sobre a sociedade, se expandiu desde o primeiro evento do Social Good Brasil. Fui em todos! É o meu lugar de desenvolvimento, de conexão com o que importa e onde as pessoas que eu quero trocar estão. Contando os dias para a próxima edição!” relata Márcio Cabral, Sócio Diretor do Impact Hub Floripa.

Mas o trabalho do SGB não se limita ao Festival. Ele continua por meio de ações como o programa Cidadãos de Dados, que capacita pessoas comuns a usarem dados abertos como ferramenta de transformação em suas comunidades.
A organização também aposta na formação de lideranças do futuro, com vivências que despertam protagonismo, ética e consciência social. Ela estimula o desenvolvimento de soluções com base em desafios reais, através do Laboratório de Dados, onde equipes multidisciplinares criam protótipos e propostas tecnológicas voltadas ao bem coletivo.
“Em 2020, a organização liderou uma força tarefa com mais de 100 voluntários e criou uma Sala de Situação Digital com dados abertos à sociedade relativos à pandemia de COVID-19, em Santa Catarina. Foram criados sete “produtos de dados” – ferramentas, análises, instrumentos ou espaços virtuais com base na metodologia do SGB, para tomada de decisão, previsões ou projeções”.

Embora atue em todo o país, o Social Good Brasil tem alma manezinha. Fundada e liderada por mulheres que vivem em Floripa, é aqui que nasce grande parte da sua força.
“Floripa é o berço do SGB por ser uma capital referência em tecnologia e sustentabilidade. Mas também porque, estando aqui, ajudamos a descentralizar a inovação e mostrar que ela pode florescer muito além do eixo Sudeste”.

Em um mundo cada vez mais acelerado, o SGB propõe uma pausa para pensar e agir. Seu trabalho lembra que tecnologia boa é aquela que aproxima, escuta e cuida. Que respeita a dignidade humana. Que constrói pontes, não muros.
E, por isso, seguem fazendo a diferença. Da Ilha da Magia para o Brasil. Do digital para o real. Do dado para a ação.
Para saber mais sobre o Social Good Brasil, acesse suas redes: @socialgoodbrasil



