remando por um futuro melhor
- larissashanti
- 25 de jun.
- 2 min de leitura
O surfe como ferramenta de transformação social: um projeto que nasce das ondas e se espalha pela comunidade do Morro do 25.
O Instituto Surf Social nasceu movido pelo desejo de proporcionar oportunidades reais para crianças da comunidade; o mar sendo o espaço onde muitos sonhos começam a se tornar realidade.
Em 14 de julho de 2014, Rodrigo Moreno transformou sua própria casa em um pequeno espaço de treino para seis crianças da comunidade do Morro do 25, na Agronômica. Naquele dia, ele deu início a um sonho, sem saber onde iria dar. Professor de educação física e morador da comunidade, ele sempre acreditou no poder do esporte como caminho de transformação. O tatame improvisado de 2x2 metros logo se encheu. Em apenas seis meses, 60 crianças começaram participar das aulas de jiu-jitsu.
Com o apoio de 10 voluntários, a casa virou projeto. O projeto virou movimento.
Mas foi no surfe que as crianças se encontraram, levando Rodrigo ao reencontro de um sonho antigo. Com raízes profundas na cultura local, o surfe sempre esteve presente no Morro do 25. O próprio Rodrigo cresceu influenciado pelos surfistas da comunidade, e, ao ver a empolgação dos pequenos nas primeiras idas à praia, percebeu que havia ali uma força transformadora.

Nasceu, assim, o Projeto Surf Social, que hoje completa mais de 200 crianças atendidas ao longo dos anos. Em 2024, o projeto tomou mais um passo: foi oficialmente registrado como Instituto Surf Social. Uma conquista que ainda está sendo anunciada, e que marca o início de uma nova fase: mais estruturada, mais potente e cheia de planos para o futuro.

Atualmente o projeto atende 25 crianças, mas a meta para 2025 é dobrar este número. As aulas acontecem aos finais de semana, sempre com base na disponibilidade de voluntários. Quando o mar permite, o grupo se reúne no ponto de encontro da sede na comunidade — de onde partem com as crianças até a praia. As atividades incluem o transporte, alimentação e todo o cuidado necessário, sendo todos os custos viabilizados por rifas e campanhas de arrecadação. O sorriso genuíno das crianças compensa tudo.
Mais do que ensinar manobras, o surfe estimula o desenvolvimento físico, sensorial, emocional e social dos alunos. Com a reativação da sede na comunidade, nasceu também o sonho de transformá-la num centro de troca de saberes, com oficinas, palestras e espaço para atividades físicas. A ideia é que o Instituto se torne um polo de conexão entre moradores e profissionais comprometidos em disseminar conhecimento, assim, impactando onde mais se precisa.
Rodrigo sonha alto, mas com os pés na areia. E se emociona ao olhar para tudo que já foi construído:

“Me sinto muito feliz em poder fazer parte dessa história e ser o estopim de toda essa energia positiva. Ver uma criança feliz e sorrindo genuinamente não tem explicação. É o que me move.”
Para o futuro, ele deseja que o Instituto seja gerido por quem passou por ali como aluno; devolvendo ao mar, e à comunidade, tudo que recebeu com o coração aberto.