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consumo consciente?

  • larissashanti
  • 21 de set.
  • 2 min de leitura

o lixo que sai da sua casa é mais revelador do que parece.

Por Rodrigo Fagonde Motta

Ele carrega pistas sobre seus hábitos de consumo, seu cuidado com o meio ambiente e até sobre a forma como você enxerga a coletividade. A Ilha de Santa Catarina, e boa parte do nosso litoral, é reconhecida pelo alto nível de acesso à informação e consciência ambiental. Ainda assim, apesar de nos destacarmos no cenário nacional, basta olhar para pontos de coleta, terrenos baldios, calçadas e, pior, dunas, manguezais e rios, para perceber que ainda não temos plena compreensão da dimensão real dos nossos hábitos.


Foto: Cadu Zahran
Foto: Cadu Zahran

Quase duas décadas atuando em condomínios, obras e microestruturas urbanas nos mostraram um paradoxo curioso: nem sempre um maior grau de instrução e poder aquisitivo se traduz em mais atenção à destinação correta dos resíduos. Pequenos deslizes, como misturar recicláveis com orgânicos, não seguir os dias de coleta ou descartar entulho em locais inadequados, ainda acontecem; muitas vezes, mais por hábito ou descuido, do que por falta de conhecimento.


Se essa é a realidade nos bairros nobres, imagine nas regiões de alta rotatividade, como Campeche, Ingleses, Barra da Lagoa e tantos outros destinos turísticos ou de segunda residência. Nessas áreas, a população flutuante consome, descarta e vai embora, deixando um passivo ambiental que sobra para os moradores fixos e para um sistema público já sobrecarregado.


Sustentabilidade começa na escolha e termina na consciência.


O lixo não desaparece quando sai da sua casa, ele apenas muda de endereço.

A mudança necessária começa com decisões simples: escolher produtos com menos embalagem, entender onde descartar itens específicos e assumir a responsabilidade pelo próprio impacto.


O lado positivo é que iniciativas significativas já estão em andamento. Muitos condomínios vêm adotando técnicas de compostagem e contratando empresas especializadas na coleta de resíduos orgânicos, alinhando-se à Política Floripa Lixo Zero 2030, que busca minimizar e neutralizar o impacto destes rejeitos na cidade. Essas ações mostram que é possível transformar hábitos e criar modelos replicáveis em todo o litoral.


Autoavaliação: Você faz sua parte?


• Separa corretamente recicláveis, orgânicos e rejeitos?

• Sabe onde levar óleo de cozinha, eletrônicos, medicamentos vencidos e pilhas?

• Já cobrou do seu condomínio ou comércio local um sistema adequado de gestão de resíduos?

• Prefere produtos com menos embalagem ou material reciclável?

• Ensina filhos, familiares ou colegas a fazerem o mesmo?


Se respondeu “não” para mais de duas, é hora de rever seus hábitos. O meio ambiente que você ama pode estar sendo degradado pelo seu comodismo.


A boa notícia


Ainda dá tempo de mudar o jogo.

Comece pequeno, pela sua casa, seu prédio, sua rua, seu negócio... mas comece já. Sustentabilidade não é discurso: é hábito. E, como todo hábito, reflete direto na educação e na vida em sociedade.


RODRIGO FAGONDE MOTTA (UFSC) E ANELISE JUNG (UFSM), ambos Engenheiros Sanitaristas

e Ambientais, atuantes desde 2006 em gestão ambiental, projetos, construção civil e saneamento no litoral catarinense.


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