a mulher que ouve os oceanos
- larissashanti
- 21 de set.
- 13 min de leitura
Ela atravessou oceanos. Enfrentou tempestades, viu o tempo passar em bússolas e ondas. Mas, talvez, a maior travessia de Heloísa Schurmann não tenha sido entre continentes e, sim, entre mundos. Mãe, educadora, escritora, ativista, ela fez da água um caminho e da escuta uma missão. Hoje, à frente do projeto internacional Voz dos Oceanos, reconhecido pela ONU, ela não apenas navega; ela escuta os silêncios das marés, os pedidos de socorro da vida marinha, as histórias das comunidades costeiras. Depois de décadas a bordo com a família, sendo a primeira brasileira a dar a volta ao mundo de veleiro com os filhos, Heloísa, hoje, ergue a voz por todos os oceanos. Nesta entrevista, começamos pelo agora, por esse presente urgente, e, aos poucos, recuamos no tempo. Falamos da pedagogia que a levou a ensinar no convés, da maternidade em movimento, das marcas deixadas por Kat, sua filha do coração, da escrita como travessia, da magia de Floripa e da alma da ilha que sempre a chama de volta. Porque, como ela mesma diz:
“A aventura começa quando temos coragem de parar e ouvir o que o mar está dizendo”.

Em alto mar, saindo do Oceano Índico rumo ao Brasil, Heloísa nos compartilhou histórias incríveis, sendo carregadas pelos ventos, pelas ondas e chegando de várias partes do mundo até as páginas do OFFLINE. Ao lado, a rota da última aventura de Heloísa, que tivemos a honra de acompanhar durante a produção dessa edição do jornal.
“Voz dos Oceanos”: um chamado ao presente
O projeto Voz dos Oceanos tem ganhado o mundo, sendo reconhecido pela ONU como uma iniciativa de impacto global. Como nasceu essa ideia?

Em 1995, vivemos um momento marcante no atol de West Fale, nas Ilhas Marshall. Já havíamos avistado lixo em alto-mar anos antes, inclusive no Ponto Nemo, o local mais isolado do planeta, mas foi ali, em uma praia de apenas 100 metros, que nos deparamos com uma quantidade absurda de garrafas PET e muito plástico. Foi um choque.
Durante essa expedição ao oriente, nosso veleiro autossustentável, o KAT, já contava com uma compactadora de lixo a bordo. Recolhemos mais de dez sacos de 100 litros, lavando e compactando tudo. Três dias depois, levamos esse lixo para a ilha militar de Guam, que possuía um centro de reciclagem.
Foi nesse momento que vivemos uma virada de chave. Estávamos ali, em família, inclusive com nosso neto Emmanuel, e nos perguntamos: “Cada ano que passa vemos mais e mais lixo nos mares, o que podemos fazer para mudar isso?”.
Em 2016, de volta ao Brasil, reunimos cientistas, educadores e artistas para pensar em formas de agir. Nasceu assim o “Voz dos Oceanos”: uma iniciativa que une ciência, arte e educação ambiental dando visibilidade ao grito silencioso dos mares. O oceano estava pedindo socorro e nós decidimos escutar.

O projeto visitou lugares remotos, belas paisagens e também áreas extremamente poluídas. Qual lugar mais te impactou, positiva e negativamente?
São mais de 70 países visitados em 41 anos de navegação. É difícil escolher, mas a Polinésia Francesa me marcou profundamente, tanto pela beleza quanto pelo acolhimento do povo. E, no Brasil, Abrolhos e Fernando de Noronha guardam um lugar especial no coração da nossa família. Por outro lado, o local mais chocante foi a Indonésia. Mesmo com áreas preservadas, como Raja Ampat, encontramos quantidades assustadoras de plástico. Dias depois, nosso barco ficou literalmente cercado por plásticos. Era impossível seguir viagem. Foi devastador ver os corais cobertos por resíduos.
Existe algum dado ou resultado do “Voz dos Oceanos” que você gostaria de compartilhar?
Temos muitos resultados, mas o que mais me toca são os encontros com jovens e crianças. Já ouvi várias vezes de meninas: “Quero ser como você”. Isso me emociona, porque vejo o futuro despertando uma esperança. Tivemos parcerias com escolas, ONGs e comunidades costeiras. O retorno mais bonito é perceber que a transformação está começando.

A travessia de uma vida
Como foi ser a primeira mulher brasileira a dar a volta ao mundo com sua família?
Foi uma conquista que eu só me dei conta depois. No começo, era apenas um projeto de família, planejado por dez anos. Tirei os filhos da escola, aprendi primeiros socorros com meu irmão, me preparei como professora, cozinheira, navegadora e, até um pouco, psicóloga.
Fizemos tudo passo a passo, como quem escreve um livro. Fomos crescendo juntos. Meus filhos passaram a adolescência a bordo, e eu assumi o leme: da educação, da casa, da viagem e da própria vida.

A maior conquista foi perceber que era possível viver o impossível. O que mais carrego é o amor que construímos e cada noite estrelada em que ensinei meus filhos a reconhecer as constelações.
Poderia compartilhar uma memória íntima que ainda hoje te emociona?
A chegada de volta a Florianópolis depois de dez anos no mar. Saímos com meninos sonhadores, voltamos com homens feitos. Ao ver a ilha surgindo no horizonte, chorei de alegria. Estávamos todos no
convés, juntos, completos. Foi um dos momentos mais sagrados da minha vida.
Quais são seus sonhos e projetos futuros?
Atualmente, estou a bordo do veleiro Kat, a caminho de Belém, no Pará, para a COP30. Quero expandir o Voz dos Oceanos para mais países, engajar mais mulheres, jovens, educadores. Estou terminando um livro sobre a expedição e uma série infantil com temas ambientais. Meu sonho é unir ciência, arte e educação e inspirar novas gerações a cuidarem do planeta com afeto e ação.

Cop é um evento anual que reúne representantes de diversos países, além de cientistas, sociedade civil e empresas privadas. O objetivo é buscar soluções e definir metas para enfrentar a crise climática.
A vida a bordo: a escrita, os sentidos, o tempo e os perrengues
“É um estado de presença plena. Como viver dentro do próprio corpo, sem distrações.”
Sobre a escrita: como é o seu processo de escrita a bordo? Como surgem e são registradas as palavras em movimento?
Meu processo de escrita é eclético. Eu escrevo onde dá e como eu posso, porque não tenho o luxo de estar em uma casa ou ter um cantinho para escrever.
Completei dez anos escrevendo, então cada livro seguiu e segue um processo diferente, mas basicamente eu tenho um caderno, que não dispenso, e uma caderneta, que levo comigo na mochila, onde vou anotando coisas que despertam meu interesse. Lógico, hoje, com o celular, também gravo o que acho importante.

Um exemplo foi quando fiz uma travessia pelo rio Amazonas:
Assim que entrei no rio, me senti teletransportada de um mundo azul, do oceano, para um mundo verde, da floresta. Os odores, os pássaros, até o céu parecia diferente. Então sentei, com os pezinhos para fora do barco, subindo o rio, vendo as crianças ribeirinhas remando seus barquinhos para vir buscar as roupas que estávamos doando, e observei uma coisa preta brilhante se movimentando na margem. “O que era aquilo?”, me perguntei. Eram búfalos. Foram muitas sensações, muitas imagens, que me inspiraram, usei meu caderno e meu celular para gravar essas sensações e transcrever depois.
Assim, vou utilizando a tecnologia como recurso na minha escrita, ou o próprio papel. Eu posso escrever com caneta, lápis ou o que tiver. Faço textos no celular, faço textos no computador, depende do que eu tenho à mão. Agora, onde eu escrevo? Aí não tem geografia. Pode ser sentado debaixo de uma árvore, de um coqueiro em uma praia, pode ser dentro do barco balançando, onde precisar, eu escrevo.
O que se sente no corpo ao velejar por dias? Qual sentido fica mais aguçado?
O corpo entra em outra vibração. Quando o mar está calmo, me sinto em sintonia com o oceano, com as nuvens, com o vento... Entro no ritmo do barco, caminho no balanço, durmo com o som das ondas, quase como se estivesse em um estado de meditação contínua. Mas, quando o mar se agita, tudo muda. O corpo entra em modo de alerta: durmo pouco, como com o prato escorregando, me seguro com firmeza para não cair. É um estado de atenção total.

Navegar é uma verdadeira escola para os sentidos. Meu instinto se aguça, a visão se apura, começo a notar detalhes sutis: uma mudança na cor do céu, um silêncio diferente no mar, a presença (ou ausência) dos pássaros e até dos peixes voadores. O ouvido também se torna mais sensível: qualquer ruído diferente pode significar algo importante. E o olfato se refina; a bordo, evitamos perfumes ou desodorantes fortes, porque tudo é percebido. Até o tato se transforma: na maneira como toco os diferentes materiais do barco, ou no modo como me apoio para manter o equilíbrio.
O tempo passa diferente no meio do oceano?
Completamente. No mar, o tempo é circular. A gente se guia pela luz, pelas marés, pelos ventos e não pelo relógio. Há tarefas, turnos, rotinas. Mas há também o tempo do silêncio, do olhar distante, do cuidado com o barco e com a alma.
É um tempo desacelerado, que nos reconecta com o ritmo interno. A vida flui com mais presença. O tempo no mar tem cheiro de sal e gosto de liberdade.
Teve algum perrengue inusitado a bordo que se transformou em uma boa história depois?
Vários! Um dos mais engraçados aconteceu na Polinésia Francesa. Uma jovem nativa me pediu o Vilfredo “emprestado” por uma semana porque queria ter um filho igual aos meus, loiros e de olhos claros. Fiquei chocada! Outra mulher me disse que eu deveria ter respeitado o costume local. Contei essa história para o Vilfredo só três dias depois, quando já estávamos longe. Hoje, damos boas risadas.

Maternidade em movimento e jornadas pessoais
Como foi viver a maternidade dentro de um barco? O que era mais desafiador e o que era mágico?
Intenso. Como toda maternidade, mas com um mar como cenário e uma casa que se move com o vento. O desafio era conciliar todos os papéis: mãe, professora, enfermeira, cozinheira, comandante da rotina e ainda manter o barco funcionando. Mas a magia acontecia todos os dias: estudar os animais do mar, aprender geografia com o mapa do mundo real. A sala de aula era o planeta.
De tudo o que seus filhos aprenderam vivendo no mar, o que você mais se orgulha de ter ensinado?
O amor em família. O respeito. Eles aprenderam a trabalhar em equipe, a entender limites e silêncios, a se apoiar. As pessoas se surpreendem quando digo que eles não brigavam. Mas é verdade. No mar, aprendemos a respeitar o outro e a natureza. São valores que eles levaram para a vida.
Qual mensagem você deixaria para os pais e educadores que desejam inspirar suas crianças a olhar para o planeta com mais curiosidade, coragem e cuidado?

Deem o exemplo. As crianças aprendem mais com o que veem do que com o que escutam. Reduzam o consumo, usem menos plástico, façam compostagem, consertem o que estragou. E deixem que se encantem. A curiosidade nasce da beleza. Mostrem o mundo. Mostrem o som do mar, o voo de uma borboleta. É isso que desperta o cuidado.
Neste período no barco você teve que conciliar papéis como mãe, professora e capitã. Como foi encontrar tempo para si mesma nesse contexto?
Desde que me entendo por gente, sempre fui muito organizada. Mesmo com três filhos, fui dona e diretora de uma escola de inglês, com vários professores, buscando as crianças no colégio, levando para as atividades, sendo mãe, empresária...
Foi a organização que me deu espaço para dar prioridade pra mim. Na época, manicure, cabeleireiro e prática de esportes eram essenciais e imprescindíveis. Hoje, seja caminhada, seja corrida, sempre dou tempo para o meu bem-estar. Faço yoga, meditação, dança, já joguei tênis, nadei. Aliás, a minha paixão é dançar. É uma das coisas que eu mais gosto de fazer para me movimentar, seja em terra ou em mar. Também amo mergulhar. Tenho minha carteira desde 1987 e mergulho sempre que posso. Agora na Indonésia passamos quatro meses mergulhando todos os dias junto com a tripulação.
Em 2024, em São Paulo, enquanto o barco estava na Nova Zelândia fazendo manutenção, decidi correr uma corrida de cinco quilômetros. Apesar de sempre ter me exercitado, fiz uma preparação especial e fui. Ou seja, não importa onde eu esteja, eu sempre estou em movimento. Hoje tenho 79 anos e velejo porque tenho saúde.
Eu acredito que prioridade é você quem faz, e, ao me dar esse espaço, outras pessoas ao meu redor também o respeitam. No barco, quando eu chegava em terra e queria cortar meu cabelo, ou sair, eu encontrava outra mulher velejadora, e íamos juntas ter um dia de Afrodite.
E que conselho deixaria para outras mulheres que buscam equilibrar tantas responsabilidades?
Se posso dar um conselho é: “Ame a você mesma, se organize e delegue”. Quer abraçar o mundo? Não, delegue!

Dê responsabilidades para os filhos e para o marido, delegue as tarefas e produza um momento seu. Procure um horário para você fazer exercício, para sair. E persista. Persistência é fundamental. Mas, acima de tudo, ame a si mesma e tenha bom humor. Divirta-se, pois a vida cobra bastante dureza.
Eu sempre falo para mulheres, quando me pedem conselho, que nós não somos “superwoman”. Essa supermulher só existe nas histórias em quadrinhos e em filmes. Eu sou uma mulher como todas as outras e tenho minhas limitações e necessidades. Então, colocar você mesma como prioridade é fundamental.
Há muitos anos, quando eu estava grávida do meu primeiro filho, minha mãe me deu um livro que dizia assim: “I’m ok, you’re ok”. Ou seja, se eu estiver bem, todos ao meu redor estarão bem. Não é sobre se desdobrar pelos filhos, pelo marido e fazer tudo, mas, sim, lembrar sempre que você tem a sua pessoa e que ela precisa estar bem.
Além disso, nunca pare de ser curiosa, de olhar na frente, de fazer planos. Eu não tenho um “bucket list”, eu tenho um “dream list”: o que eu quero fazer, quais são os meus sonhos, coisas que ainda quero realizar. Fazer uma lista e a encher das suas projeções, sem ter pressão de ninguém, é fundamental. E se planeje, planeje para que seus sonhos sejam prioridade.
Há alguma outra lembrança marcante ou história curiosa de vocês nesse período que possa compartilhar?
Uma história interessante foi quando chegamos na Nova Zelândia, na nossa primeira viagem.
Enquanto nos abrigávamos da temporada de ciclones, pelo período de seis meses, decidimos colocar nossos filhos na escola local. Lá, fizemos amizade com a família Green, um casal muito simpático e seu filho Warren.

Passado certo período, decidimos fazer uma viagem de 6 meses até Fiji, no entanto, David, que queria continuar seus estudos, resolveu ficar. Começamos a busca por uma moradia na cidade de 600 habitantes. Sem sucesso, resolvemos pedir auxílio para nossos amigos.
Durante o jantar, Anne (mãe de Warren) trouxe a solução com um toque de curiosidade. Ela sugeriu: “Olha, eu tenho uma casa grande, tenho três filhos meninos e eu posso ficar aqui com o David como o meu filho enquanto vocês vão à Fiji durante esses seis meses. Em troca, vocês poderiam levar o nosso filho, que tem a mesma idade do Wilhelm, se dá bem com o Pierre e é velejador, com vocês nessa viagem!”. Nos olhamos espantados e aceitamos a proposta!
Estava feito, combinado!!!!! E foi assim que nós trocamos de filhos.
Kat, o mar e o amor que ficou
A história de Kat, sua filha adotiva, é uma das mais emocionantes já contadas pela sua família. De que forma a presença dela ainda navega com vocês?
Kat está presente em tudo: no nome do nosso barco, nos textos que escrevo, nas escolhas que fazemos. Ela nos ensinou o poder da delicadeza, da coragem silenciosa. Sua presença é como uma brisa: constante, suave, transformadora. Kat nos lembra que o amor não tem fronteiras e que toda criança tem direito a sonhar.
Existe alguma memória concreta dela no barco que ainda vive em você? Algo que revele como era a relação de vocês ali, no dia a dia da travessia?

Um dia, durante uma tempestade, eu estava na cabine e, quando olhei, um raio de sol entrou pela gaiuta, janelinha do meu quarto, e parou exatamente em cima de uma foto nossa. É assim a presença dela: muito sutil, mas muito presente.
Temos um poster dela pendurado logo na entrada das cabines, onde podemos vê-la todos os dias. Mas algo que sempre me lembra dela são os golfinhos. Cada vez que vemos golfinhos no mar, solitários ou em bando, o Wilhelm nos diz: “olha quem veio nos visitar”.
Para mim, as noites estreladas, as noites sem luar, são as noites em que eu olho para o céu e procuro a estrela mais brilhante. Foi onde a coloquei depois que ela partiu. Ela está lá, na estrelinha que mais pisca. Eu sei que essa estrela são os olhinhos da Kat, me dizendo: “olha, estou aqui, estou sempre aqui”.
Floripa como território iniciador
Floripa ter sido o ponto de partida da sua maior travessia foi uma decisão racional ou uma convocação da ilha?
Foi uma convocação, sem dúvida. Floripa sempre foi mais do que um porto, foi um território de iniciação. Morávamos em Santo Antônio de Lisboa desde 1974, numa casinha de madeira à beira-mar. Ali, enfrentamos nossos primeiros medos, aprendemos a velejar, ouvimos os ventos. Nossa casa se tornou ponto de encontro para velejadores, amigos e sonhadores. Era mais do que casa, era um lar de partilhas e planos, com mapas sobre a mesa.

Você ainda sente que Floripa é sua casa, ou o mar te fez tão livre que você já não pertence mais a um só lugar?
Floripa foi nosso ninho, nossa base. Mas ela nos deu asas. Hoje, não pertenço a um ponto no mapa. Pertenço ao oceano. Onde há vento, há lar. Mas Floripa... Floripa é sempre reencontro: com quem eu fui e com quem eu continuo sendo.
Memória, alma e poesia
Houve já alguém que te procurou e disse: “vocês mudaram a minha vida”?
Recentemente, na Indonésia, conheci um casal a bordo de um veleiro que queria muito me encontrar. Ela trouxe o livro “10 Anos no Mar” e me contou que, depois de ler nossa história, ela, cardiologista, e o marido, farmacêutico, decidiram mudar de rumo. Venderam tudo, compraram um barco e partiram com os filhos. Vivem no mar há 11 anos.
Lúcia me disse: “Você nos mostrou que é possível criar filhos com liberdade e amor. Mudamos nossas vidas por causa da sua história”. Essas devolutivas dão ainda mais sentido à jornada.
Se você pudesse reviver um momento da sua vida, qual seria?
O dia em que Kat se tornou nossa filha. Aquele instante em que nossos olhos se encontraram e o amor aconteceu de forma imediata, definitiva, foi o momento mais puro e transformador da minha vida.

O que você sonha quando está em alto-mar, no silêncio das calmarias?
Sonho com um mundo onde a natureza, especialmente o oceano, volte a ser respeitada.
Onde as crianças cresçam em contato com a terra, com o mar, com o vento. Sonho com mais consciência e menos destruição. Meus desejos mais profundos são silenciosos como o fundo do oceano. Mas todos vêm carregados de fé, coragem
e amor.
“Continue cuidando do planeta, preserve a vida, siga acreditando. O futuro ainda pode ser azul”.
Heloísa Schürmann nos lembra que é possível construir uma vida em movimento, com raízes no mar e missão no planeta. Seu leme aponta para um mundo onde coragem e amor navegam juntos. Se a ilha a iniciou, foi o oceano que a ensinou a ouvir. Hoje, com o Voz dos Oceanos, ela nos convida a fazer o mesmo. A parar. Escutar. E agir. Porque o futuro, como ela mesma diz, ainda pode ser azul.
Para saber mais: @voiceoftheoceansorg @heloisaschurmann



