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navegar é preciso, viver não é preciso

  • Foto do escritor: Carol Del Lama
    Carol Del Lama
  • 4 de jun.
  • 2 min de leitura
por Benter Oliveira

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

Assim expressa poeticamente o geminianíssimo Fernando Pessoa. Uma das características de Gêmeos é a dualidade, e Pessoa soube inovar ao criar heterônimos, personagens fictícios que assinavam suas obras, cada um com sua própria personalidade, estilo de escrita e biografia. Não eram apenas pseudônimos, mas personalidades literárias completas, com histórias e vozes distintas. Cada um deles tinha até seu próprio mapa astrológico, pois Pessoa, entre tantas habilidades, também foi um excelente astrólogo. Com essa ferramenta, ele explorou diferentes aspectos da sua visão de mundo.

Pessoa representa com precisão a dinâmica desse signo.

É interessante saber que, na astrologia, os signos são classificados em três qualidades: cardinal, fixa e mutável, uma forma de expressar como cada um interage com o mundo. Gêmeos é um signo de qualidade mutável, refletindo sua natureza versátil e adaptável, sempre em busca de novas experiências e conhecimentos. Os outros signos mutáveis são Virgem, Sagitário e Peixes. Essa qualidade adaptável facilita a integração de Gêmeos a diferentes ambientes e situações, acolhendo com facilidade as mudanças e as diversidades.

Gêmeos representa a capacidade de aprendizado constante,  algo essencial para a criança que começa a compreender o mundo: andar, falar, pensar. É nesse estágio que se desenvolve o intelecto e as articulações necessárias para os relacionamentos imediatos, com irmãos, parentes e vizinhos.

Um ponto fundamental em Gêmeos é sua capacidade de síntese,  por isso é considerado o jornalista do zodíaco, mas também o matemático, o professor, o comerciante. O glifo de Gêmeos elucida bem esse dom: formado por duas meias-luas, uma voltada para o céu, outra para a terra, ligadas por duas linhas paralelas. A coluna da esquerda representa Áries; a da direita, Touro. Assim, Gêmeos sintetiza esses dois arquétipos fundamentais em uma nova fase do desenvolvimento humano: a incrível ferramenta do pensar, falar e codificar o entendimento, como na escrita.

O jornal Offline nasceu junto ao início da estação de outono no equinócio de Áries, o outono se firmou em Touro, e agora, em Gêmeos, o outono se transforma, trazendo os primeiros sinais do inverno. Nosso próximo encontro será com o signo de Câncer, que se inicia no solstício de inverno.

Por fim, lembramos que o mundo é rico em polaridades: cheio–vazio, alto–baixo, certo–errado. É na percepção desses contrastes que surge a consciência. Na China, esses pares de opostos são representados pelo Yin-Yang, e quando se integram como complementaridade, chamamos de Tai Chi. Toda oposição, portanto, pode fazer emergir uma nova consciência.


Faço aqui uma Gestalt com Fernando Pessoa, que cria esse “Tai Chi” entre entender (Gêmeos) e compreender (Sagitário); entre pensar e sentir:


A lucidez só deve chegar ao limiar da alma; nas próprias antecâmaras do sentimento é proibido ser explícito.


Sentir é compreender; pensar é errar; compreender o que outra pessoa pensa é discordar dela; compreender o que outra pessoa sente é ser ela.


Ser outra pessoa é de uma grande utilidade metafísica — assim como Deus é toda a gente.


Bom momento dhármico!

Benter Zion

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