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a vida é bela; e a praia, mole

  • larissashanti
  • 25 de jun.
  • 3 min de leitura
por Pinho Menezes

Foi com felicidade que aceitei o convite para fazer parte deste jornal, que é como a vida na Ilha: uma mistura de tudo um pouco.


Quando a Thai Pasin, minha amiga de longa data, me ligou dizendo que queria me apresentar a um cara bacana com uma ideia inovadora, não hesitei. Em um bate-papo descontraído, recebi a missão: contar a história da Praia Mole; praia que, há décadas, se mantém como um dos lugares mais autênticos e bem frequentados do Brasil.


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​​Nossa história na Mole começou em 1997, com a inauguração do Barraco da Mole. Mas a trajetória dessa praia, cheia de vida, é muito mais longa. O Bar do Deca já era conhecido e frequentado por pessoas ligadas à cultura e pelo início do movimento LGBTQIA+.


Tinha, também, o Bar do Moenda — que muitos conhecem como Bar do Cachorrão — povoado pela turma do surfe, a galera local manezinha que curtia passar o dia inteiro jogada na areia. Os parapentes pousavam bem no meio da galera. Fabiano Iha, da Lagoa, e o Alemão do Parapente comandavam aquela área.


E não podemos esquecer das mulheres, como as irmãs Guga e Ariana além de muitas outras. A turma da Lagoa dominava esse pico: Zé e Júnior Chierighini, os irmãos do Canto da Lagoa; Renatão do jiu-jitsu; Claudinho Arraes, que ainda era representante de roupas e estava começando no jiu-jitsu; Geraldo da Ação Efeito; e o saudoso e amado Tonicão. Esses eram os feras que faziam a cena acontecer na área do Bar do Cachorrão.


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Entre os bares icônicos, havia o Natural Mystic, um bar na areia, muito estiloso e frequentado pela galera de fora que chegava à Ilha — muitos já com essa mentalidade de preservação ambiental. O bar tinha patrocínio de marcas de surfe, algo inusitado, e foi o primeiro a instalar um half-pipe na praia, onde a galera podia surfar e depois andar de skate com alguns dos melhores do mundo. Nando e Marquito comandavam esse bar — que virou um verdadeiro point por muito tempo.


Do outro lado da praia, por volta de 1993/94, existiu o Barulho do Mar,  conhecido por fazer os luais mais irados que Floripa já viu. Ricardo Bocão ficou à frente por alguns anos e, depois, o Netão da Mormaii como todos o conhecem teve a excelente ideia de transformar o espaço em um centro de desenvolvimento e treinamento de atletas. Algo pioneiro e inédito no Brasil, e que funcionou, por muitos anos, como centro de treinamento da Mormaii.


No meio disso tudo, surgimos nós: o Barraco da Mole.

Jovens, cheios de ideias novas, colocamos DJs para tocar e fizemos do som uma extensão da praia. As pessoas não entendiam muito aquilo.

A praia mais cosmopolita do Brasil abraçou o novo, mas a história estava só começando. Nossa primeira grande festa foi despretensiosa: um luau de Páscoa com a banda John Bala Jones, dos nossos amigos Jeco e Gui Ribeiro. Fizemos 16 cartazes e achamos que a festa seria para, no máximo, 500 pessoas. No dia da festa, o professor de jiu-jitsu radicado na Ilha, Gavião, me chamou e disse: “Pinho, te prepara que tá vindo um monte de gente, até de Garopaba.”


Na minha cabeça eram só alguns amigos de lá que viriam. Mas não! O negócio ficou frenético. Fizemos o primeiro e único luau aberto do Barraco da Mole. Foram mais de 8 toneladas de alimentos arrecadados. A praia ficou lotada de ponta a ponta.

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O clima era surreal: uma noite de céu aberto, uma lua linda, sem vento, só gente bonita, respeitando a praia, sem brigas, sem sujeira, foi uma loucura!

Segundo os frequentadores, havia por volta de 10 mil pessoas. Imagina a praia inteira lotada, numa festa de celebração à vida, à música, ao bate-papo e, claro, muita pegação. Ali, o Barraco da Mole entrou no inconsciente coletivo como um lugar bacana, bem frequentado e que todo mundo gosta!


Assim começou a nossa trajetória.

Com o tempo, o Barraco virou referência; sendo mencionado no New York Times, na Playboy, nas principais publicações sobre turismo e cultura jovem.


Já a Praia Mole se tornou, e segue sendo, um símbolo de beleza, liberdade e encontros inesquecíveis.


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Pinho Menezes é empresário, advogado e proprietário do Barraco da Mole, um dos beach clubs mais tradicionais e frequentados da ilha; ponto de encontro de surfistas, turistas e moradores locais. 


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